As competências socioemocionais possuem um papel muito importante na formação intelectual e moral de qualquer pessoa, já que possuir essas habilidades significa estar apto a lidar com objetivos, emoções e relações sociais no dia a dia.
Isso se dá porque essas competências, também chamadas de não-cognitivas ou socioemocionais, estão em uma etapa anterior à aprendizagem. A preocupação, nesse momento, é a formação de um cidadão socialmente responsável, com maturidade para compreender o seu papel no mundo e mais disposto para buscar o seu desenvolvimento pessoal e profissional.
Leia e saiba sobre competências socioemocionais na educação!
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O que são competências socioemocionais?
São um conjunto de aptidões desenvolvidas a partir da inteligência emocional de cada pessoa, apontando para dois tipos de comportamento: a sua relação consigo mesmo (intrapessoal) e a sua relação com outras pessoas (interpessoal).
As competências ou habilidades socioemocionais incluem a capacidade que cada um tem de lidar com suas próprias emoções, desenvolver autoconhecimento, relacionar-se com os outros, solucionar problemas e mediar conflitos.
Qual a importância de se desenvolver competências e habilidades socioemocionais?
Não é por acaso que a preocupação com o lado socioemocional do aluno já está institucionalizada no Brasil e está presente, inclusive, na proposta pedagógica da BNCC para a educação básica. Ou seja, toda instituição educacional, seja ela privada ou pública, deve estar alinhada com esses princípios. Contudo, essa proposta é fundamental também para instituições do ensino superior.
E não é por acaso que o desenvolvimento das habilidades socioemocionais se tornou necessário nas escolas, sendo, inclusive, testado por diversas pesquisas nacionais e internacionais.
Podemos registrar cinco grandes áreas de atuação junto do estudante (adaptadas do BIG FIVE). Confira:
- Consciência: inclinação a ser organizado, responsável e esforçado. O indivíduo consciente é caracterizado como eficiente, organizado, autônomo e disciplinado;
- Extroversão: o indivíduo extrovertido é caracterizado como amigável, sociável, autoconfiante, energético, aventureiro e entusiasmado;
- Cooperação: tendência a agir de modo cooperativo. O indivíduo amável ou cooperativo se caracteriza como tolerante, simpático, não teimoso e objetivo;
- Empatia: capacidade de compreender os erros dos outros e auxiliar quem precisa. Se coloca a disposição de acolher as diferenças de forma educada e atenciosa;
- Estabilidade emocional: previsibilidade e consistência de reações emocionais, não possuindo mudanças bruscas de humor. Em sua carga inversa, o indivíduo emocionalmente instável é caracterizado como fráco, introspectivo, impulsivo e instintivo.
Quais competências socioemocionais podem ser desenvolvidas nas escolas e faculdades?
Antes de sabermos como auxiliar os estudantes a desenvolverem competências socioemocionais, é preciso dar dois passos para trás. O primeiro é o de compreender que não podemos desenvolver uma competência por outra pessoa e que, por isso, o papel do professor nesse processo é de um mentor. O segundo passo é saber quais são as competências que pesquisadores têm considerado importantes de serem desenvolvidas.
Apesar de ser uma temática interdisciplinar, as diferentes pesquisas acerca do assunto consideram que alguns elementos, de alguma maneira, permitem uma formação integral do estudante, como o senso crítico, coragem, curiosidade e liderança.
Dentre as competências socioemocionais mais abordadas por diferentes estudiosos, podemos listar:
Como trabalhar as competências socioemocionais na escola?
Quando começamos a entender o conceito da educação socioemocional, logo surgem alguns questionamentos: como fazer com que os estudantes se tornem mais criativos? Ou, como fazer com que tenham um pensamento crítico mais requintado? Apesar de serem grandes desafios, as instituições de ensino possuem o espaço apropriado para criar oportunidades de desenvolvimento.
Afinal, é a partir do convívio social, quando a troca de experiências por meio do diálogo é intensa, que a grande maioria das emoções e frustrações humanas aparecem.
Dessa maneira, o ponto de partida para trabalhar as competências socioemocionais na escola está na concepção do currículo, tendo em mente que é de onde são tiradas as principais orientações de ensino. Como esse desafio está relacionado com a integração de diferentes esferas sociais, a construção de um currículo que ultrapasse os limites da sala de aula é essencial para o desenvolvimento das competências socioemocionais.
E esse currículo pode variar de instituição para instituição. Se o objetivo da escola é desenvolver novos líderes e cidadãos com mais criatividade para o mercado de trabalho, por exemplo, as ações e as atividades do dia a dia devem ser norteadas por esses valores.
Como aplicar na prática as competências socioemocionais em sala de aula?
Existem diversos meios. Se você propuser uma encenação de teatro de uma peça da Grécia Antiga, por exemplo, é possível debater dilemas éticos que se relacionam com questões que são discutidas desde o Ensino Fundamental até o Superior. Outro exemplo é desenvolver um grupo de discussões sobre atualidades, para fornecer meios para que os estudantes desenvolverem o pensamento crítico. Acompanhe as redes sociais da Educaethos, pois sempre há indicações de ideias bem práticas. O importante é que você comece se perguntando: O que pretendo desenvolver? E em seguida, reflita: Como o conteúdo que leciono pode me permitir alcançar isso?
A forma da aplicação pode ser muito variada e se torna uma tarefa mais fácil quando o conceito é bem entendido. Para a parte prática nós indicamos que o plano de aula seja invertido!
Achei excelente o artigo. Como educadora, ainda quero compartilhar uma prática exitosa para trabalhar as habilidades socioemocionais: Tertúlia Dialógica com músicas. É necessário que se compreenda o momento de tertúlia na sua essência, que é lugar de diálogo igualitário. A partir da audição, posteriormente da leitura da letra da música, inicia-se os turnos de fala, onde cada participante da tertúlia compartilha sua interpretação, dando espaço para o respeito, a crítica, a empatia etc.
Que legal Mirian! Vamos juntas!
Ótimo artigo. Existe algum curso de formação sobre o tema para professores?
Nós temos o Curso de Aprendizagem Ativa na Prática.